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Deixar para trás os que me eram mais queridos foi a decisão mais difícil e que mais me custou em toda a minha vida.
Aquele momento no aeroporto em que tens que dar um último abraço e virar as costas é demasiado doloroso para ser explicado por palavras.
E custa-me imenso sentir que os portugueses que foram votar (e mesmo aqueles que não foram), sentem que todas as decisões políticas que foram tomadas nos últimos anos que levaram a que milhares de portugueses tivessem que emigrar, foram acertadas.
Que todas as decisões que os levaram a perder o emprego e qualidade de vida valeram a pena.
Custa-me a entender que agora tudo está bem, quando ainda há 2 meses atrás (aquando da minha última ida a Portugal) não o estava. Por acaso até estou curioso para que quando voltar a Portugal daqui por um mês, ver este Portugal novo que mudou tudo em 2 meses.
Custa-me. Só parece que não custa a quem aí está.
Por isso digo, quando da próxima vez tiverem que se despedir dos vossos filhos, maridos, esposas, netos, familiares ou amigos, não chorem nem fiquem tristes!
Afinal de contas, nós é que quisemos vos virar costas. Nós é que não queremos estar aí, pois no fundo Portugal agora está bem. Portugal agora tem oportunidades para todos.
Eu é que sou um doido do caraças por querer estar a 6000km de casa, a trabalhar mais de 10h por dia, para no final de um dia de trabalho arrumar o pc e ir para casa na esperança de a ligação de internet estar decente e que me permita falar com aqueles que mais gosto.
Eu é que sou o doido, não aqueles que por Portugal estão e que votaram na continuidade!
O que está em causa não é as alternativas serem melhores ou piores, está em validar todo um conjunto de decisões que destruíram o país.
Hoje sinto-me triste.