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Aquele momento em que sais de casa (para variar atrasado), e demoras quase 20 minutos para andar cerca de 40 metros.
Neste cruzamento apartir das 07:00 da manhã costuma ser o "tudo à toa", e então por vezes aparece lá a polícia para tentar controlar o trânsito e servir de "semáforo".
No entanto hoje, e mesmo estando lá o polícia, era mesmo "tudo à toa", com 5 filas de carros em todos os sentidos simplesmente parados.
O polícia já só abanava a cabeça, sem dizer ou fazer nada...
É impossível não amar/odiar este país...
Antecipando aquilo que muito provavelmente irá acontecer no próximo domingo, aqui vai um post sobre o que ninguém vê por detrás de uma foto na praia.
Domingo muito provalmente irei relaxar/descansar/espairecer até à famosa (muito sobre-valorizada) Ilha de Luanda.
São 3 horas entre mergulhos no mar e corpo estendido ao sol que, acima de tudo, acalma a alma.
Luanda tem a particularidade de ter 10 meses do ano propícios a sol/mar/praia, e apesar de não gostar de fazer praia, a verdade é que a ida à praia aqui faz bem. Relaxa, acalma, recarrega baterias, enfim, o que lhe quiserem chamar. E eu gosto disso.
Angola tem a particulariade de por um lado se entranhar nas pessoas, fazendo com que quase não se consiga passar sem ela, mas tem um lado que faz com que nos leve a um cansaço psicológico como nunca tinha sentido algures na minha vida. É o celebre "Angola ou ama-se, ou odeia-se! Não existe meio termo". E é verdade, pois amo o trabalho, o clima, a vida e (algumas) pessoas cá, mas odeio todos os vicios/esquemas/confusões que ela tem e nos conduz a um cansaço extremo.
Mas voltando ao titulo do post.
Como é hábito, e de forma a ir combatendo as saudades e a vontade de regressar, é ao domingo também que se vão trocando fotos com a família dos lugares onde cada um está. Com a foto da praia vão voltar os:
Pois, mas já pensaram no que está por detrás disto? Eu passo a explicar…
Por detrás disto estão 6 dias de trabalho (sim, o sábado também conta), está o entrar às 07:00 no escritório e de lá sair às 21:00 ( e 20 minutos de carro entre casa e trabalho), está o vir para casa e ainda ler/responder a email que não ficou esquecido, o planear o dia seguinte para que se consigo cada vez fazer mais e melhor, está a luta diária para me impor e dar o exemplo com boas práticas e métodos de trabalho num país que tanto se ama como se odeia (isto vai-se alterando várias vezes ao longo do dia), ou o lidar com portugueses que aqui deviam de ser um farol guia para ajudar este país a desenvolver, mas na realidade estão aqui por dinheiro sem qualquer interesse em deixar aqui a sua marca (positiva).
Digo isto não por vitimização, até porque ninguém me obriga a trabalhar estas horas todas. Faço-o de livre vontade (serei masuquista?!), e só não dou mais de mim pela função que desempenho porque não consigo.
Mas a verdade é que quem está longe não vê ou percebe isso.
Só vêm aquilo que parece fácil/simples aos seus olhos.
Ora dizem que aqui se leva boa vida, ora dizem que daqui a nada estou rico (já perceberam que dedico o meu tempo todo ao trabalho certo?) quando na realidade não ganho nada por ali além e não estou nesta empresa por dinheiro (sim, ganho pouco para o que faço e poderia ganhar mais noutra empresa concorrente), mas para mim e para o trajecto que quero/espero seguir, o dinheiro é importante mas não é tudo (e as pessoas que só vêm dinheiro perceberem isto? Perceberem que nem toda a gente se move a dinheiro???).
Portanto, se é verdade que ninguém me obriga a dar tanto de mim por esta empresa e este país, também é verdade que não são umas horas de sol por semana que fazem com que invejem a vida que por cá levo…
Ou como dizia um professor meu na faculdade, toda a gente fala na sorte dos outros, mas não vêm que a sorte dá um trabalho do caraças… ;)